quarta-feira, 31 de março de 2010

* CaRpE DiEm *





Para vocês .. sim, vocês os quatro (tu, tu, tu e tu :) .. três mulheres e um homem (como ele se deve estar a sentir bem no meio delas as três eheh). Uma que está muito longe, outra que está perto de mim, outro que está longe mas perto e outra que está longe mas perto do outro ..


A vida dá voltas e mais voltas quando menos esperamos .. voltas positivas e negativas .. mas é nas positivas que vamos buscar forças para "abafar" as negativas .. forças essas que ás vezes desconhecemos que as temos .. e cada um de vocês irão ultrapassar tudo o que é negativo, por mais que pensem que não .. mesmo que "desesperem" acreditem que irão dar a volta por cima :)


Aos quatro, tenho-vos a dizer que vocês são aquilo a que se chama de "raridade" nesta vida .. vida esta que é uma longa estrada a qual temos que percorrer até chegarmos ao nosso destino. Ao longo desta estrada encontramos vários obstáculos entre os quais a Alegria, a Tristeza e a Saudade ..


Quando encontramos a Alegria, sentimo-nos felizes, corajosos e capazes de percorrer o resto dos quilómetros que nos faltam (que, afinal, são muitos ..). Ao encontrarmos a Tristeza, sentimo-nos sozinhos e "abandonados" numa estrada sem fim e escura que tanto nos atormenta .. queremos voltar para trás, mas não temos forças para o fazer .. mas superamos e contornamos este obstáculo, porque afinal de contas somos "fótes" :) Por fim, a Saudade aperta e lá nos vemos mais uma vez sozinhos e, por vezes, sem um ombro amigo para nos "socorrer" .. Mas isso não acontece conosco, porque os nossos ombros irão acompanhar-se até ao infinito e mais além :)


Lembrem-se que andamos nesta vidinha de passagem e que temos que aproveitá-la ao máximo, com juízo pelo meio .. Lembrem-se que há quem goste de vos ver sorrir e que vos queira bem .. Lembrem-se que ao fazerem bem aos outros, estão a fazer bem a vós próprios .. Os erros? errem, mas tentem não cair no mesmo erro duas vezes porque é com eles que aprendemos.


Beijocas e bombocas aos quatro (quem serão? quem serão? bahhhhhhhhhh, não digo! :P :P )


don't worry .. be happy and laugh as long as you live, because life is too short .. ide por mim .. :)


"Ás vezes, é preciso perder para dar valor .. É preciso chorar para aprender a amar .. É preciso confiar para se entregar .. Todos sofremos um dia para sabermos o verdadeiro sentido da conquista da felicidade .. Se sentires saudade, procura .. Se sentires vontade, faz .. Se tiveres medo, luta .. Se perderes, esquece .. é porque perdeste algo que nunca foi teu .. Se gostares, vive .. Vitória não é para quem quer .. é para quem insiste e não desiste .. Todos os dias pensamos nos amigos que temos e como a vida, por mais dificíl que seja, tem sempre um lado bonito do qual somos os principais autores .. E o meu tesouro são os meus Amigos como vocês .." (enviado de um de vós para mim há bem pouco tempo .. :)


P.S.: ao restantes amigalhaços, não fiquem com ciúmes :P mas é que foi a estes quatro que me apeteceu dar um "chapadão dramatico e horrorosamente trágico" :D



sexta-feira, 26 de março de 2010

Atitude

Ora bem todos nos sabemos que a nossa vida rege-se pelas nossas atitudes, mas o que significa realmente isto?! As atitudes sao formas de comportamento das pessoas em relaçao a uma situaçao, muitas das vezes podem ser positivas ou negativas, na sua maioria sao negativas, pelo menos no que diz respeito ao outrém, vejamos alguns exemplos, uma mãe que tem uma atitude autoritária, que em vez de compreender o filho e deixa-lo aprender por si só, limita-se a tratá-lo como propriedade sua, so porque o criou, um casal de namorados possessivos que passam o seu tempo a discutir porque querem mudar a personalidade um do outro , deixando de lado o facto de que a devem sim respeitar mutuamente, uma criança que mente ao dizer à mãe que vai aos treinos so para ir brincar com os amigos, um pobre desgraçado que tenta esquecer as suas magoas numas cervejolas, uma familia com dificuldades financeiras que se lamenta e se faz de vitima sem tentar dar a volta a situaçao, pessoas que para fugirem à monotonia das suas vidas optam por caminhos perigosos ou pessoas que usam outras para atingir os seus fins sem olhar a meios. Tudo isto sao atitudes que destroiem o proprio ser, nao ha-de ser a vida tao dificil! A estas pessoas se dá o nome de cobardes, de fracas, não terão um futuro. No entanto, restam alguns seres com esperança, seres esses que nao se deixam ficar, que lutam sempre para melhorar e que têm consciencia do mal que se podem causar, nao so a si mas tambem aos que os rodeiam, porque tudo isto é um circulo, por uns sofrem os outros, uma atitude tomada de cabeça fria pode trazer consequencias irreversiveis, e nela podem se perder coisas que nao deveriam ser perdidas... Voltando às atitudes positivas, como um jovem que neste Portugal que enfrentamos luta pela sua ascensão a nivel profissional, sem desistir, como um pai que apesar das serias dificuldades nunca diz não quando se trata do futuro do seu filho, as pessoas que lutam para ultrapassar a sua doença, aqueles que valorizam a familia e fazem de tudo para a manterem, os que se preocupam com os outros sacrificando o seu bem estar...
A partir do momento que te levantas todas as manhãs, é a atitude que terás perante as situações que te fará ser uma pessoa melhor ou não, é isso que puderá mudar a tua vida para sempre ou simplesmente estagnar ou ate mesmo piorar. Não ha consciencia, nao ha vontade, nao é permitido a espontaneidade, o mundo em que vivemos tende a piorar e, o que o irá destruir serão estes seres humanos que se transformam à medida que vão lidando uns com os outros, devido à exploraçao, ao egoismo e à ganância, neste mundo é cada um por si!!

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sexta-feira, 19 de março de 2010

Sra Seca

A seca é uma pequena palavra muito importante nas nossas vidas, a verdade é que mais que uma amiga, ela é nossa companheira, nunca nos deixa, sem ela não fazemos nada... ora de seguida mostrar-vos-ei como ela consegue estar presente nas nossas vidas, mais que os nossos amigos, mais que a nossa própria mãe, de facto, onde quer que a gente vá ela persegue-nos, como se fosse a nossa própria sombra.
Ora vejamos, numa linda manhã, faça chuva ou faça sol, vamos nós para o trabalho ou mesmo para a escola, no nosso carro, ou meio de transporte e, lá está ela, bem do nosso lado, ou por cima, ou por baixo, mas está, podemos sentir a sua presença...aquela sensação que ela nos transmite e até nos faz soprar várias vezes seguidas... à espera na fila, principalmente, para quem vai para Lisboa, ou à espera na paragem, ela insiste em estar connosco... Entretanto a meio da manhã... que vontade de comer! Lá vamos nós, ups! mais uma fila...esperamos...hora de almoço, se não trazes a marmita não te safas da bela da companhia da Sra. seca! Lanche?! Queira Deus que tragas a sandocha na mala! Então e quando, em alguns casos, temos de ir ao banco, ou aos correios? Aí concerteza que não estarás só, ela nunca te deixa ficares mal! No médico, na inspecção do carro, no supermercado, no cabeleireiro, na fila da discoteca, entre muitos outros! Em todos os instantes ela está presente, quando estamos com pressa de ir para casa e paramos no semáforo, quando estamos atrasados e, temos de voltar a casa porque nos esquecemos de algo importante, todos os dias surgem breves momentos em que ela está presente, sabemos disso porque damos aquele pequeno sopro. O que seria de nós sem ela... Talvez tivéssemos uma melhor disposição, talvez pudéssemos dormir ate mais tarde, porque concerteza chegaríamos ao trabalho a tempo e horas, talvez pudéssemos ir ao banco na miserável horinha de almoço e, ainda ir até ao café dar uma palavrinha a quem quer que fosse e ler o jornal... ai como viveríamos mais descansados e sem stress... Mas também... não seria a mesma coisa!!!!

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FELIZ DIA DO PAIZINHO :)




Contribuíste para a minha existência (a tal história da semente na barriga da mãezinha :)

Puseste-me para dormir muitas vezes (algumas eu fingia, admito :)

Ensinaste-me a dar os primeiros passos ..

Deste-me palmadas quando mereci (vá lá Pai, houve umas que não mereci)

Levaste-me à escola várias vezes (e houve alturas que mesmo assim me baldei :)

Ensinaste-me aquilo que mais sabes e que eu não gostava (História de Portugal)

Corrigiste-me quando eu falava errado ..

Ensinaste-me a não jogar lixo na rua (e a não colar pastilhas debaixo da mesa lá de casa :P

Ensinaste-me a não dizer palavrões (tentativa que saiu furtada algumas vezes :S :P

Ralhaste comigo por eu responder á Mãezinha (temos o feitio quaise quaise “iguais” que querias que fizesse :P e por andar “á bulha” com os meus irmãos (eles estavam a pedi-las Paaaaaiiiiiiiiiii)

Ensinaste-me a conduzir (o primeiro poste, foi meu! Eheh não foi nada :P

Incentivaste-me a estudar á noite, quando trabalhava de dia ..

Ensinaste-me a valorizar os Amigos, a Família e as coisas simples da vida ..

Estiveste e estás presente nos momentos bons e menos bons da minha vida ..

Deste-me forças nos momentos difíceis e orientaste-me nas "cabeçadas" que dei (e como te agradeço por isso ..)

E assim és tu .. amas, sofres, ris, choras, erras, perdoas e acima de tudo és MEU PAI (só tens um defeito .. és do Sporting :( :P

Chamem-me “menina do Papá” ou o que quiserem, porque só quem nos conhece sabe como tens sido um dos meus “pilares” mesmo com os teus problemas ..

Se eu ou os meus irmãos tivéssemos que suportar o que tens suportado (tu e a Mãe), provavelmente já teríamos sido internados num hospício. E como te admiro por tudo … tudo mesmo. Só não digo que, quando crescer (sim, porque ainda sou uma jovem ahah) quero um homem como tu na minha vida, porque não fazes o meu estilo :D

O “cota” que me ensinou que os gases libertados são remates do estômago que a peida não defende :D ahhhhh ganda Pai!!! meu ganda maluco! :D há melhor Pai que este?? :D até pode haver, mas este é o MEO PAI! AMO-TE MUITO!

“Os nossos Pais amam-nos porque somos seus Filhos, é um facto inalterável. Nos momentos de Sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de Fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar ..” Bertrand Russell

quarta-feira, 17 de março de 2010

Passado com um sorriso

Hoje decidi fazer uma coisa diferente no meu trabalho, digamos que pela ausencia dele, tenho bastante tempo e em vez de me perder a navegar na internet, resolvi voltar ao meu passado, a menina inocente e pura que fui outrora, alias como todos somos, antes de nos jogarmos a este mundo, e aprender a lutar perante os outros para nos defendermos das suas garras!
Em adolescente, digamos que era muito muito discreta, muito timida, muito apaixonada (tipo flirts todas as semanas ou todos os meses, mas nenhum me ligava lol) e muito sofredora com todos esses problemas de adolescente, desde as roupas, as borbulhas (bahhhh :p) e os beijinhos nos rapazes hehe. Era sonhadora, ui se era, como sonhava todas as noites antes de adormecer e... escrevia, escrevia muito, desabafava tudo em papel e nunca me deixava vencer pelas minhas amigas mais velhas e "boazonas" que faziam suspirar os rapazinhos, de quem eu gostava, quando passavam!!!
Hoje dou por mim a ler todos estes desabafos e estou me a rir, todas estas paixoes, todos estes suspiros em vão, mas é bom, é muito bom ver a grandeza dos meus sonhos, sempre a espera que amanhecesse para encontrar o meu principe na esquina, e à medida que vou lendo, vou sentindo a dor das minhas palavras, as desilusoes com que aquela pobre adolescente sonhadora começa a deparar-se, como começa cedo... um olhar inocente e um sorriso todas as manhãs em direcçao a escola, depressa começa a desvanecer no papel... à medida que os dias, os meses, os anos vão passando, vai-se notando o ponto de transição, como que um boneco desenhado de varias maneiras, primeiro com um grande sorriso e depois se seguirmos todos eles rapidamente, o sorriso vai se desvanecendo e vai dando lugar a tristeza, à desilusão e depois lá está, como uma adolescente está constantemente a lutar consigo propria, se continuarmos a seguir os bonequinhos, o sorrisão volta sempre...e assim se sucede durante varios anos...dos 13 aos 16 ou 18!!!!
Claro está que esses sonhos vao tendo uma forma mais realista com o passar dos anos, o sorriso continua lá, mas agora um sorriso mais maduro, com os pes bem assentes na terra, como é obvio. Em parte, continuo a mesma, sempre a sorrir, sempre a ver o lado positivo da vida e a aproveitar ao máximo mas ao ler todos estes desabafos relembro situações ja esquecidas no sub-consciente e no, entanto nao páro de sorrir e rir, rir com as coisas parvas, rir com as situações que na altura eram desesperadoras e que hoje em dia sao lembranças, boas memórias daquilo que fui, comparando com aquilo que sou hoje e com o caminho percorrido até aqui... Gosto do que fui, gosto do que sou e a cada uma dessas pessoas, descritas nas minhas paginas, eu devo aquilo em que me tornei.

Fica aqui um dos meus desabafos da adolescencia:
Sábado 08-02-03
E eis, que com o silêncio,
calei a minha razão...
Aos seres que não me ouvem
fechei as portas da minha alma,
embora o esquecimento nao se realize,
a esperança já teve o seu fim e,
é no terno pensamento
que adormeço as minhas memórias,
razoes bem as tenho mas...
nao me foi permitido discuti-las...
e com o silencio me despeço
com um doloroso mas bendito Adeus!...
...

sábado, 13 de março de 2010

...desejo (...)

(...) não te desejo nada de bom, não há mesmo nada de bom que saia da minha boca para te reconfortar, seja ela qual for a duvida que sintas, a não ser esgar e desprezo. O meu ódio é total, e o meu descontentamento é publico. Como ousas dizeres-te meu pai? Eu Lúcifer, Príncipe do vazio, senhor das moscas, não sou legião, nem sou muitos, eu sou SÓ, sozinho EU.
Sou o fumo do teu ultimo cigarro, o momento antes de saltares para a tua morte, o teu ultimo pensamento antes de inspirares só agua, o teu ultimo beijo, o pesadelo do qual não consegues acordar, a fúria que não consegues soltar, a saudade que não consegues matar, eu sou tu, sozinho no escuro quando não há esperança, sou as trevas onde nenhuma vela conseguem alumiar.
Porque viestes perturbar o meu sono, o meu caminhar, porque raio haveria eu de ver onde por os pés, quando não via? Era mais fácil caminhar cego na escuridão, antes de ter sido alumiado pela tua luz. Agora, encadeado pelo brilho dos teus olhos, nem sei porque caminho, quando antes caminhava porque era o que queria fazer. Agora, sem o teu caminho, não encontro rumo, quando antes eram os passos que dava que me davam alento. Este pesar que nem os ossos, doridos de sentir, frio, qual seja o fogo que os aqueça, qual esperança ou luz ao fundo do túnel, nem isso me consigo presentear, com o doce descanso dos mortos, inglória ternura de ser absolvido de toda a culpa, por minha e tua parte. Diriam: "Era boa pessoa, não merecia, nunca fez mal a ninguém ...

...desejo morrer...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Uma vez canalha...sempre canalha?

Não sei se assenta aqui bem este tipo de discurso, mas por um lado até pode ser visto como uma tragédia da essencia humana... e como os posts aqui do blog andam de "cortar á faca" ...
Tenho uma questão na minha cabeça...alias, tenho várias, mas isso é porque sofro de pensamite aguda (sindrome de excesso de pensamentos inuteis que levantam questões nem sempre importantes e que na maioria dos casos deveriam ser ignoradas)...por exemplo...
- O que é o amor? (já perguntava o joel...)
- Se amamos uma pessoa porque temos a tendencia de estragar tudo, de sermos canalhas?
- E sendo canalhas, porque temos a tendencia em tentar voltar atrás cheios de arrependimento?
- E o que é o perdão? Aliás, o que é o arrependimento?
- O que me leva á pergunta inicial...o que é o amor...? Ele vence as traições e mentiras? O amor ensina de novo o caminho? O amor ensina o arrependimento...?
- Porquê que as sessões de 3D do filme da Alice no país das maravilhas só há  em sessões na hora de almoço, longe daqui e os bilhetes são caros? (bem...esta fica para outro post).

E por fim, mas não por último...um canalha será sempre um canalha?
O amor verdadeiro não deixa sermos canalhas...certo? Quer dizer...eu amo uma pessoa de certeza que não a vou trair! Muito menos mentir! E então fazer coisas só para lhe magoar? Isso não faz sentido! Certo?
Mas muitos desses canalhas arrependem-se...quer dizer...dizem que se arrependem... até há os que fazem de tudo para mostrar que já não são canalhas...
E daqui partem imensas opiniões, cada um com a sua...
Há quem diga que um canalha sem escrupulos nunca os terá. Que a essencia da personalidade não muda. Que o carácter nasce com a pessoa...
Há quem diga que as pessoas ás vezes perdem-se pelo caminho...que fazem coisas más sem terem noção, que estavam possuidas e merecem ser salvas...
Há quem diga que o amor perdoa tudo...até um canalha...

E há quem diga que o amor por nós próprios também conta, e que este deve ser superior ao amor pelo próximo, e que quando o amor pelo outro tenta destruir o nosso próprio amor, que isso é incompatível com o perdão...
E eu? O que penso eu? Não sei...os meus valores são muito rigidos, nunca fui filha da puta para ninguém. Nem sei se sei perdoar...mas acredito que o amor inclua essa capacidade...
E tu? Sabes o que é o amor?
Um canalha...será sempre um canalha?
...

segunda-feira, 8 de março de 2010



Ela foi muito desejada pelos seus Pais .. queriam uma menina .. antes dela, vieram 3 rapazes .. foi criada pelos seus 2 irmãos mais velhos (que a apelidaram de Nani até hoje), enquanto os Pais trabalhavam .. no meio de dificuldades, teve uma infância feliz.

Cresceu no meio de felicidade, gargalhadas, brincadeiras, traquinices e asneiradas .. quando atingiu a maioridade, perdeu 3 amigos, cunhada e os seus avós maternos .. num curto espaço de tempo .. e o quanto ela gostava deles .. cada um á sua maneira.

Namoro sério foi apenas um com quem casou e teve 9 anos de felicidade, bem estar e mau estar .. e foi passados esses 9 anos que apanhou a maior desilusão da sua vida .. divorciou-se .. num misto de confusões e emoções .. afinal, segundo ele, ela era tudo para ele .. namorada, esposa, melhor amiga, amante, confidente e futura mãe do filho que já tinha passado do “pensar” ao “fazer” .. e tudo isso não deve ter sido o suficiente para o manter a seu lado ..

Mediante o desenrolar do divórcio chegou á conclusão que afinal nunca conhecera na realidade a pessoa com quem partilhou a sua vida e a quem permitiu que entrasse no seu “mundo” .. sofreu, caiu e levou tempo a levantar-se .. mas levantou-se .. graças á família, amigos e colegas, mas principalmente graças a ela própria porque as palavras ajudam, mas não são o suficiente para seguir em frente e voltar a acreditar como da primeira vez.

Do nada, um espirro apareceu na sua vida .. este vírus instalou-se e nasceu uma amizade primeiro que tudo o resto .. horas e horas de muitos desabafos, brincadeiras, conselhos, parvoíces .. parecia que se conheciam há anos .. as “tele pá tias” eram mais que muitas .. um dia o espirro atingiu os 270 km/h para a conhecer por meras 7h .. no meio de “desconfiança” e “medo” lá se encontraram .. ambos gostaram e muitos olhares trocaram .. ele, timidamente, falava (um espirro a falar? Pois .. ela era apelidada de Sininho e vivia no Mundo da Fantasia) .. ela, timidamente, cruzava os braços enquanto o ouvia.

Aprofundaram a sua amizade e uma nova virose surgiu .. aquela que todos gostamos de sentir, mas que ela teve receio, devido á sua última “gripe” que fora tudo menos saudável .. mas decidiu dar uma oportunidade .. principalmente a ela própria .. nem todas as “gripes” são iguais.

Foi uma boa “gripe” .. saudável .. sempre com risadas, nhanhices, parvoíces mas acima de tudo com o analgésico principal .. a amizade que os unira .. veio a “febre” da paixão .. tudo corria pelo melhor .. assim ela o pensara.

Do nada apareceu e do nada desapareceu .. assim, sem explicação e com um misto de rapidez e confusão .. apercebeu-se que foi usada e gozada por uma bactéria que entretanto se instalou .. daquelas que pensamos que vêm por bem, mas que trazem outros objectivos na sua trajectória .. mas como vivia no Mundo da Fantasia, esqueceu-se que não existem bactérias boas .. Não esta .. bastou juntar todas as células para chegar a essa conclusão.

Apesar da mágoa e desilusão de ter perdido uma amizade entre dois seres que sempre se deram bem (desilusão em como foi facilmente “destruída”, porque assim ele o permitiu .. amizade esta que, segundo ele, tinha ficado .. mas não ficou) .. todo este desenrolar e rapidez de acontecimentos só a faz pensar, duvidar, pôr em causa o que lhe foi dito e achar que tudo foi uma ilusão por mais que queira pensar que não .. mas apesar de tudo ela sorri, mesmo que não o queira fazer. Sorri porque não tem medo do amanhã .. pode assustá-la, mas não a amedronta, porque ela já viveu o passado e confia na sua sabedoria interior para guiar a sua vida.

E assim ela continua a crescer e a aprender .. a crescer porque ganhou novas amizades (até mesmo a de um espirro que nunca mais se ouviu por opção própria, porque essa é uma das certezas que ela tem .. que nunca o impediu de continuar a espirrar) .. e continua a aprender que não se deve confiar em bactérias que dizem que vêm por bem, porque no Mundo Real isso não existe.

Problemas todos têm .. uns mais que os outros e aqueles que pensam que têm problemas, ás vezes não têm sequer a noção do que é realmente um problema grave. Ela própria os tem, mas isso não lhe dá o direito de usar e de ser falsa para com os outros como foram com ela para atingirem outros fins. Problemas têm aqueles que não têm onde dormir e o que comer ..

Mas ela continua a sua caminhada neste Mundo que por vezes se mostra cruel, mas que a faz sempre pensar que existem pessoas em situações bem piores e em que dá graças por estar viva .. continua a sua caminhada para poder preencher o resto das páginas que estão em branco no livro da sua vida .. preencher com tudo aquilo pelo qual todos a conheceram e conhecem .. pela brincadeira, a diversão, a parvoíce, a lamechice e acima de tudo pelo seu sorriso no olhar.

Agradeço tudo e mais alguma coisa aos amigos que tenho, aos que tive, aos que ganhei e aos que poderiam ter sido mas que, posto isto, agradecia que se esquecessem que eu alguma vez existi .. Não me prendo ao juízo alheio, porque vivo em paz com a minha mente ..

Agradeço também aos meus 3 sobrinhos e ao meu afilhado lindo por me fazerem sorrir daquela maneira que só eles o sabem fazer ..

E agradeço ao espirro que me fez um bem terrível e que lamento ter deixado de espirrar. Mas que nem por isso vai deixar de ser aquele espirro especial que preencheu a principal página do meu livro, apesar de me ter desiludido em duas coisas .. duas únicas coisas, com as quais pensei sempre que nunca me ia desapontar ..

atchiiim!! (peço imensas desculpas, mas estou mesmo constipada ..)

“Ama os teus inimigos .. Faz o bem para aqueles que te odeiam .. Abençoa aqueles que te amaldiçoam .. Ri para aqueles que te maltratam .. E se alguém te bater no rosto, oferece a outra face ..”

P.S: Afinal a mulher “fácil” não sou eu .. e como tenho orgulho em não o ser .. até porque, por vezes, tenho vergonha de ser mulher (perdoem-me as meninas, mas sabemos bem como é a nossa “raça” :) nem todas são iguais, é verdade .. mas a maioria é assim .. como hei-de dizer .. falsas no seu próprio "meio").

Cumprimentos e larguras,

***** Ana Pádua *****

domingo, 7 de março de 2010

Nunca estive tão longe, ...


...ainda assim, a dor que sinto torna tudo tão real, e, os meus pensamentos, os meus sonhos, desvanecem no fundo de cada copo de whisky, e nem assim, o calor do álcool a descer pela minha garganta, não consegue aquecer o frio que sinto nos ossos. ...







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quinta-feira, 4 de março de 2010

Um dia não são dias..

Amanhece! Discretamente, o sol rompe pelas ranhuras da persiana. A sua luz toca-me nos olhos, e muito suavemente vou acordando. Mais um dia começa! Um novo despertar cheio de supresas. O que este novo dia me trará? A dúvida invade a minha paz, e de repente, acordo! Abro os olhos, e olho em meu redor. O que há poucas horas era um quarto sem luz, escuro e sombrio, agora se transforma no mais radiante dos lugares. O único onde verdadeiramente me sinto dono e senhor de mim próprio. Mas não por muito tempo.
Sem ter consciência do que me espera, levanto-me, faço todos os preparativos para a saída daquele lugar pacífico, sereno, e enfrento o mundo lá fora sem medo! Eu vou!
O pequeno-almoço é o costume: uma tijela de cereais com leite. A televisão mostra as desgraças que se passam no mundo. E estão cada vez mais perto de mim! Não posso desanimar e desistir assim tão facilmente, e por isso continuo com o planeado: Sair de casa!
No estacionamento, o vizinho, à pressa para as suas responsabilidades, coloca o filho no carro, põe-lhe o cinto, fecha a porta, dá a volta, entra no carro e abala, mas não sem antes me acenar com a cabeça, como quem diz "Bom dia". Eu respondo e continuo caminho para o meu carro que me espera, impacientemente, desejoso de de sair do sítio onde passou mais uma friorenta noite de Inverno. Entro no carro, e antes de fechar a porta, a minha vizinha: "Bom dia, vizinho!". "Bom dia, vizinha!", respondo com um sorriso em resposta ao simpático e aparentemente sincero sorriso dela.
Mas espera! Também eu tenho uma filha. Que faço eu aqui? Há que voltar atrás, ir buscá-la, e levá-la à escola.
Aborrece-me imenso ir trabalhar, há outros assuntos pendentes, mas não há como fugir. Tem de ser! E lá vou eu!

Café!! A 'Sabelinha, que trabalha no café do Sr. Antunes, tira uns esplêndidos cafés, e é lá que vou antes das responsabilidades. Aquele sítio é como muitos outros, mas uma pessoa habitua-se aos sons, às caras, vozes, cheiros... É imperdível o som do moinho de café a moer os grãos, aquele cheiro, as vozes dos clientes: "Bom dia. É um café, por favor!", ou a Sabelinha: "Bom dia, Sr. Zé. É o costume?".
Bebo o meu! Leio os títulos do jornal. Acompanho com um cigarro - Vivam os estractores de fumo! - Infelizmente, acordo para a realidade e ponho-me a caminho do inevitável, por muito que custe.
A estrada reflete uma dolorosa claridade. Havia chovido durante a noite. Na berma da estrada dois carros batidos num aparatoso acidente. Será que alguém ficou mal? Mesmo que não me interessasse, sou obrigado a olhar, porque não há ninguém que não goste de assistir a uma pequena desgraça logo de manhã, para despertar. Desde que seja a dos outros! E olho. Os intervenientes do acidente encontram-se bem de saúde. Bem demais! Tenho os vidros fechados e a música ligeiramente estridente, mas mesmo assim ouço os gritos de um em direcção ao outro, e vice-versa. Cada um deles atribui culpas ao outro, e assim continuam enquanto me afasto, lentamente, até porque não me deixam ir mais depressa. Cambada de curiosos sem vida própria!
O dia de trabalho começa sem novidades. As mesmas pessoas, o mesmo computador, os mesmo softwares, o mesmo tudo. Só a data ao canto do monitor me informa que algo está diferente.

São oito. São oito as horas que passam, por vezes devagar, outras mais depressa, o que não deixa de ser bom. No entanto, sem me dar conta, já tenho 30 anos e ainda ontem tinha 21.
Vou para casa, mas não sem antes passar pelo infantário buscar a míuda. Ali sim, é a azáfama da hora de saída. Todas aquelas crianças aos gritos, aos saltos, a brincar. Renova-me a esperança que um dia as coisas serão melhores, mais fáceis, mais simples, que algum dia foram para mim.
Não me considero um azarado, mas há certas coisas que não são fáceis, talvez para todos, mas eu não sou todos. Eu sou eu! A minha educação obriga-me a engolir sapos do tamanho de bois, mas não devia. Enfim... Levo a míuda à casa da mãe que é com ela que ele vive. Longe de mim separar uma criança da melhor coisa que qualquer criança pode ter: a mãe! Deixo-a lá e regresso à minha solidão. Tenho família e amigos. Posso sempre, depois do jantar, ir beber um café com alguns amigos, mas será suficiente?
Janto com a companhia do computador - Engraçado com a evolução é. Há 60 anos a companhia de alguém era o parceiro ou parceira, desde há 20 anos ou mais, a televisão e, hoje em dia, o computador. Há o YouTube, as séries online, o Messenger, o Facebook... - Converso com alguns amigos e aí combino o café.

Saio de casa, mais uma vez encontro vizinhos pelo caminho. "Boa noite, vizinho!". "Boa noite!". Sempre com sorrisos de orelha a orelha que rapidamente se desfazem ao se afastarem. Não que se desgostem, mas também não há do que gostar, não nos conhecemos.
Lá fora chove desde o meio da tarde. Já há muitas horas que é de noite, mesmo que o telemóvel ainda marque 8h30. Apressadamente dirigo-me ao carro, abro a porta, entro. Fiquei completamente encharcado. Sacudo-me e coloco a chave na ignição. - Uma coisa muito importante dentro de um carro de um homem: a música! Tem de haver sempre música dentro do carro, senão a depressão instala-se, e deixava de sequer ver a estrada.
Estaciono em local proíbido, mas o mais perto possível do bar onde nos vamos encontrar: eu, três amigos, e... ela! Ela vai lá estar. Havia confirmado a sua presença pouco antes de sair de casa, o que me deu mais algum ânimo e vontade de enfrentar a violência do vento e chuva que insiste em não cessar, causando pânico e distruição à minha volta. Mas sou egoísta e egocêntrico, e o sofrimento dos outros a mim pouco me diz. Já tenho o meu, mesmo que não seja tão grave. Parece-me mais grave ainda.

Entro no bar. Pareço um pinto, o que me torna ainda mais sexy aos seus olhos, mesmo que a boca nada diga. Cumprimento toda a gente e sento-me à sua frente, mas não directamente. Isso seria muito mais constrangedor, dadas as circunstâncias. O namorado dela está ao seu lado e agarra-lhe a mão ainda com mais força à medida que me aproximo. Ouço o que conversam e começo a participar, lançamos piadas, rimos todos. Nenhum de nós sabe a infelicidade de vida que cada um dos outros tem, mas isso ali não é importante. O importante é o convívio e a boa disposição. Aquele curtíssimo espaço de tempo serve de escape à dura realidade que enfrentamos. Quando estamos ali, não queremos saber dos problemas dos outros, nem que os outros saibam dos nossos. Ali é para rir e falar de banalidades.
De repente sinto algo. O que é isto? Doi, mas... é bom! Sabe tão bem, mas... magoa! Um olhar perfurante, sensual, discreto para todos menos para mim. É um desejo tornado realidade. Será? Será possível que ela esteja "de olho" em mim? Devolvo o olhar, mas não por muito tempo. Aquilo não pode estar a acontecer.

Um café, uma água das Pedras e três imperiais depois, estamos prontos para sair dali, e rumar aos respectivos lares. Despedimo-nos uns dos outros muito rapidamente, excepto... Quando nos vamos despedir com os  tradicionais dois beijos na face, demoramos mais tempo que o que seria normal, e ali ficamos, só encostados. Parece uma eternidade, no entanto passa tão depressa. Depressa demais. E acaba. Afastamo-nos em direcção aos carros e, quando estou a abrir a porta do meu, ouço o meu nome. É ela, e vem a correr para mim. O meu coração dispara e acelera para além do meu controlo. Os cantos da minha boca vão-se elevando, formando uma espécie de sorriso, num misto de felicidade e terror. Vê-la dirigir-se na minha direcção faz-me imaginar tudo aquilo que já havia desejado vezes e vezes sem conta. Um beijo! Um longo e molhado beijo entre nós. Antes de parar a sua marcha, ela abranda o passo, estica a mão direita, mas como está escuro, não percebo porquê. Penso que poderá querer abraçar-me, mas... Será? No que se aproxima diz: "Esqueceste-te do telemóvel". - Nas animações vê-se a personagem com um balão de pensamento a pairar por cima da cabeça, com a imagem desejada. À face da desilução, o balão desvanece-se. Assim foi comigo. Esbocei o mais forçado dos sorrisos alguma vez visto e agradeci-lhe, enquanto o contacto visual se mantinha. E manteve-se durante o que pareceu horas. Aqueles olhos verdes contornados a preto, as longas pestanas, as sobrancelhas tão lindas e bem arranjadas. Tudo à volta desapareceu, a minha visão afunilou para os mais lindos olhos alguma vez vistos, deixei de ouvir qualquer tipo de som ou ver qualquer tipo de imagem à minha volta. Só os olhos dela! Os carros passavam, mas só o sei porque já os tinha visto a descer a rua. De repente foi o nome dela que ouvi ao fundo do túnel, muito baixinho, comecei a despertar. Outra vez o nome dela. Mas que raio?!!? Desta vez um pouco mais perto. À terceira foi de vez e ouvi a realidade daquele som que teimava em ser ouvido. Era o namorado dela que a chamava aos gritos no meio da rua, bem audível. Toquei-lhe no ombro e disse que tinha de ir. Também ela despertou do transe em que nos encontravamos, despediu-se com uma expressão de felicidade no olhar e afastou-se. Este foi sem dúvida, o momento mais constrangedor, alegre, feliz, assustador, aterrador, petrificante da minha vida.

Entro no carro, dou à chave, ligo o auto-rádio e vou-me. Cedo aquele acontecimento inunda a minha consciência, e fico a pensar no sucedido. Mas eu não quero pensar naquilo. É uma fantasia. Uma linda fantasia, mas sem o deixar de ser. Quero não pensar. Levanto o som. Ainda não chega. Mais um bocado. Não! Ainda não. Mais, e mais, e mais, e mais, e mais... Até que já não noto diferença entre a música e o rasgar das colunas. O auto-rádio não dá mais, as colunas saltam das portas da frente e a chapeleira dos carro dança. Quer dizer, dançar não dança. Salta, toca no tecto do carro e volta para baixo, só para fazer o mesmo trajecto de novo. Aqueles olhos não me saiem da cabeça, então desisto. Momentos antes de me rebentarem os tímpanos, baixo o volume, e vou para casa a apreciar a música que me acompanha nas minha viagens, e a pensar na beleza feminina que me acompanhou numa noite de amizades, mesmo que ela própria acompanhada. E, apesar de tudo, sabe bem!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ilusão Perdida

Florida ilusão que em mim deixaste
a lentidão duma inquietude
vibrando em meu sentir tu juntaste
todos os sonhos da minha juventude.

Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado

na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,

agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.



Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'
Tradução de Albano Martins

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