terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mais Bernardo Soares...

Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria. O que nos cansa porque nos cansa; o que nos repousaria porque a ideia de o obter nos cansa. Há abatimentos da alma abaixo de toda a angústia e de toda a dor; creio que os não conhecem senão os que se furtam às angústias e às dores humanas, e têm diplomacia consigo mesmos para se esquiar ao próprio tédio. Reduzindo-se, assim, a seres couraçados contra o mundo, não admira que, em certa altura da sua consciência de si-mesmos, lhes pese de repente o vulto inteiro da couraça, e a vida lhes seja uma angústia às avessas, uma dor perdida.
Estou em um desses momentos, e escrevo estas linhas como quem quer ao menos saber que vive. Todo o dia, até agora, trabalhei como um sonolento, fazendo contas por processos de sonho, escrevendo ao longo do meu torpor. Todo o dia me senti pesar a vida sobre os olhos e contra as têmporas - sono nos olhos, pressão para fora das têmporas, consciência de tudo isto no estômago, náusea e desalento.
Viver parece-me um erro metafísico da matéria, um descuido da inacção.
Tenho mais sono íntimo do que cabe em mim. E não quero nada, não prefiro nada, não há nada a que fugir.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

As eleições do Séc. XXI

Ontem o Sócrates venceu e os outros ficaram tristes!"
É a isto que se resume as fantásticas eleições à moda americana que decorreram, em directo por todas as TV's portuguesas, no passado dia 26 de Setembro de 2009.O mais giro, e é mesmo giro, foram...


Para ler mais no Blog: Devaneios

domingo, 27 de setembro de 2009

Intervalo

Nada tendo em mente, de momento, para ser partilhado, deixo apenas excerto com que muitas vezes me indentifico:

"Antefalhei a vida, porque nem sonhando-a ela me apareceu deleitosa. Chegou até mim o cansaço dos sonhos... Tive ao senti-lo uma sensação externa e falsa, como a de ter chegado ao término de uma estrada infinita. Transbordei de mim não sei para onde, e aí fiquei estagnado e inútil. Sou qualquer coisa que fui. Não me encontro onde me sinto e se me procuro, não sei quem é que me procura. Um tédio a tudo amolece-me. Sinto-me expulso da minha alma.

Assisto a mim. Presenceio-me. As minhas sensações passam diante de não sei que olhar meu como coisas externas. Aborreço-me de mim em tudo. Todas as coisas são, até às suas raízes de mistério, da cor do meu aborrecimento.

A mínima acção é-me dolorosa como uma heroicidade. O mais pequeno gesto pesa-me no ideá-lo, como se fora uma coisa que eu mesmo pensasse em fazer.

Não aspiro a nada. dói-me a vida. Estou mal onde estou e já mal onde penso em poder estar.

O ideal era não ter mais acção do que a acção falsa de um repuxo- subir para cair no mesmo sítio, brilho ao sol sem utilidade nenhuma a fazer som no silêncio da noite para que quem sonhe pense em rios no seu sonho e sorria esquecidamente."

Cronógrafo

Cronógrafo é um instrumento que mede o tempo e conserva a unidade.

Hoje, dias 26 de Outubro, fez 2 meses, amanhã, 27 fazia um ano e 11 meses.

O tempo cura tudo, dizem, pois eu não sei se isso é bem assim.
Dói-me tanto ou mais do que à dois meses, e ainda a amo tanto como à 1 ano e 11 meses!
O tempo não cura, vamos é, sentindo novas sensações, emoções, camada atrás de camada, como pó acumulando todos os anos, até tapar tudo o que se sentia!
Este pó não está a assentar rápido o suficiente.

Cronógrafo deriva do nome chronos ou khronos, que na mitologia grega significava tempo. Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos. Chronos, refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, kairos refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece.

São tantas coisas, tanto amor, tanta dor que este pó têm de tapar. Como posso simplesmente baixar os braços, e esquecer todos os maus e bons momentos? Como? Eu não quero esquecer nada, o meu cérebro recusa-se a esquecer e o meu tempo leva um eternidade a passar.
Farto-me de pensar o que eu faria se pudesse voltar no tempo, já todos pensamos nisso, eu não sou excepção! E eu ia mudar o quê? O meu tempo com ela acabou, não há nada a fazer!

sábado, 26 de setembro de 2009

it takes two...

sábado, 19 de setembro de 2009

Sombra

Sou apenas uma sombra, um mero reflexo do homem que já fui. Já nem consigo chorar, estou seco. As poucas coisas que ainda me conseguem, agarrar, manter ligado ao mundo real, são efémeras, passageiras, como suspiros, como piscar de olhos. Esta horrível dor de dentes, obriga-me a estar concentrado, assim a escuridão não consegue tomar conta do que resta do meu corpo, maldita dor de dentes.

Sinto o pânico crescer dentro de mim, como uma erva daninha, a espalhar-se por todo o meu ser, imparável. Quero fugir, pelas pessoas que gostam de mim, devo-lhes isso, resistir, mas... Algo em mim, algo novo e velho, maligno e benigno, cancro ou anti-corpo, anjo ou demónio, diz-me ao ouvido: "Deixa-te ir, mergulha neste escuro que te espera, e descansa, na tua loucura." Que proposta tão tentadora, largar tudo, deixar de sentir, seja o que for.

Posso fazer analogias mais poéticas, como: "Sou como um navio sem ancora, perdido numa tempestade." Mas eu não sou um barco, e, quando me vejo ao espelho, o que vejo é um zombie, tal iqual; olhos vazios, afundados em olheiras escuras, pele pálida de tons creme esverdeado, magro, tão magro que consigo delinear o meu próprio crânio, vejo todos os meus ossos.

Eu não consigo vencer isto, sozinho, e nem estou a ser orgulhoso ao ponto de não pedir ajuda, simplesmente, eu acho que não mereço, e mesmo que alguém me quisesse ajudar, duvido que saiba como o fazer; eles não se conseguem ajudar a eles próprios, como é que me iam ajudar a mim? E, a única pessoa que me podia salvar, não pode, não deve, não quer.

Patético, eu sempre pensei ser um lutador, um lobo entre as ovelhas, e estou reduzido a isto, e nem sei o que isto é!

Para terminar, ela era a minha ancora, eu já sabia que se a perdesse, que me perderia também. Era tudo o que sempre quiz ter, agora, é o impossível, o sonho acordado tornado pesadelo, por minha culpa.

Ainda bem para ti.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Resposta ao: "Será que sou uma vaca?"

Afinal até não sou lá grande vaca, há vacas maiores que eu, felizmente.
No outro dia deixei de me sentir tão mal comigo mesmo por ter sido uma grande "vaca".

Numa conversa de café um um amigo, cheguei ao magnifico no 26.
26 mulheres com quem me envolvi em troca de saliva e apalpões, e 12 destas 26 terminaram na posição horizontal, fizemos "o amor", fudemos quero eu dizer!

Toda a gente conhece aquele magnifico ditado que diz: "o passado das mulheres é como a cozinha de um restaurante chinês, se quiseres comer não entres lá!"
Então e o que raio pode haver no passado de uma mulher que nos impeça de estar com ela? À meu ver, nada de nada, mesmo nada! Já um restaurante, se a cozinha for suja... Isto é a analogia mais parva que já ouvi, o passado das pessoas não as torna improprias para consumo, ou saber isto ou aquilo do passado de alguém, se gostarmos, isso não muda nada pois não?

Perdi a virgindade com 19 anos, e nem me lembro da cara dela, só tive 3 pessoas na minha vida de quem eu realmente gostei, e nunca estive numa relação com minguem mais de 2 anos!
Já trai, já fui traído, já estive com duas mulheres ao mesmo tempo, e já fui canalha, e já foram canalhas comigo.
Aprendi sempre qualquer coisa, se calhar aprendi 26 coisas diferentes, erros e certos, coisas boas e coisas más, houve de tudo!

Mas não consigo tirar lição nenhuma disto agora, ou simplesmente recuso-me a aceitar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Filmes para chorar...

Ok, serei só eu ou, a porra dos filmes românticos são irritantes como à merda? Devo ser só eu, mas uma coisa é verdade, aquilo não acontece na vida real, simplesmente não acontece, e o meu preferido é o clássico dos clássicos: "As palavras que nunca te direi", uma magnifica adaptação do romance do nosso querido Nicholas Sparks. (...)



Para ler mais no Blog: Devaneios

Respostas

Sei todas as perguntas, e sei todas as resposta. Sei porque elas estão dentro de mim.
Só não sei é se as quero mesmo juntar, uma pergunta certa, com a resposta correcta.

E valerá a pena saber essas resposta? Valerá mesmo a pena, saber o que é certo ou errado?
Eu mesmo sabendo as resposta certas acabei por fazer tudo errado.
Mas não é isso que me esta a deixar(...) como dizer(...) baralhado, é a sensação que tenho,
que à medida que vou juntando a pergunta certa com a resposta correcta me vou afastando cada vez mais dela, e eu não me quero afastar dela.

E a única pergunta, à qual eu não posso ter resposta, a que me daria paz a todas as perguntas,
a resposta certa para mim, a que me faria correcto novamente, essa pergunta, eu não a posso voltar a fazer, porque tenho tanto medo da resposta.

Ser, ou não ser, eis a questão. Pois, e afinal o que quero eu ser, e o que não quero eu ser?
Eu antes, até sabia, quer dizer, pensava, que sabia o que era, pensava que sabia o que queria ser, eu pensava que queria aquilo, e também pensava que ia fazer isto, mas agora, eu gostava de poder voltar a pensar que era aquilo que eu queria fazer, eu gostava de voltar a pensar que era aquilo que eu era, eu gostava de voltar a fantasia do ser eu, e agora que acordei, o eu que sou, não quero ser.

É difícil sermos quem somos quando não somos quem achávamos que éramos, e quem nos pode dizer o que somos não nos diz, primeiro, e só porque, nós não perguntamos, e depois se perguntarmos, ninguém nos sabe como responder.

De uma maneira simples de compreender: pergunto por exemplo a uns amigos meus, quem sou eu? E cada um dele diz o que vê, o que ouviu, e sentiu, sobre, de e por mim, e será que esse sou eu? Mesmo depois de juntar todos os dados, toda a informação, de cada um dos meus amigos sobre mim, isso define-me? Serei eu, apenas um reflexo do meu eu nos outros?
A resposta desta pergunta eu sempre soube, claro que não, eu sou mais do que isso, todos nós somos muito mais do que simples reflexos na identidade dos outros, porque dê por onde der, diga-se o que se disser mostre-se o que se mostrar, nos nunca dizemos tudo, nunca mostramos tudo, nem deixamos sentir tudo.

Eu sei que parece estupidez para muita gente, "despir-me" assim, num blog, ficar vulnerável, deixar que saibam quais são os meus medos, as minhas fraquezas, que eu devia guardar isto para a pessoa que me ama, ou para as pessoas que gostam de mim, que estão ao meu lado.
Eu tentei, eu tentei mostrar-me assim a alguém que amava, mas fui mal compreendido, agora, mostro a todos porque não quero ter medo, e não tenho medo, porque não há nada que possam atirar contra mim, dizer sobre mim que me possa magoar, porque isso faz parte de mim, é aquilo que eu deixei que vissem de mim, logo sou eu.

Gostava de conseguir acreditar com mais força nisto, ou então não passa de outra das minhas mascaras, e não servirá de nada, é só esperar que venha a próxima brisa, e lá se vai o meu castelo de cartas outra vez.

domingo, 13 de setembro de 2009

Nirvana

Nirvana não é aquela banda dos anos 90, com o tal de Kurt que deu um tiro nos cornos. Nirvana é um estado de espírito, uma forma de estar, um sitio melhor, e é num sitio desses que está a minha cabeça, está num sonho, nas nuvens, num lugar de fantasia. É o que parece ser a minha vida, não passa tudo de um sonho e eu estou aqui preso. Lembras-te do filme Matrix? O tal "Neo"? Que sentia que as coisas não eram exatamente aquilo que ele via, é assim que me sinto. Não sei realmente se quero acordar deste sonho, não tenho força para me fazer acordar, não sei como lidar com a realidade das coisas, com a minha realidade.

Até aqui a alguns dias eu pensava que seria vergonha, ou seria só desgosto, mas é tanta coisa que não consigo nem começar a compreender metade, qual metade, um terço do que me passa pela cabeça, sinto dor que não dói, estou claustrofóbico em sítios abertos, tenho falta de ar quando respiro, tenho saudades e não quero ter, amo e quero odiar, odeio mas amo tanto. No outro dia no café um amigo meu disse: "o Variações é que tinha razão", e é verdade, só quero o que não posso ter, só quero estar onde não estou. Mas acho que primeiro tenho de descobrir por onde ando para ver se consigo chegar a algum lado, assim não vou a lado nenhum mesmo.

Voltando ao sonho, estive a dormir durante 2 anos e agora fui violentamente acordado para a realidade, é o que parece que aconteceu, estava hoje num centro comercial, a fumar um cigarro enquanto esperava que uns amigos meus voltassem da loja onde tinham ido e comecei a lembrar-me, de coisas que já não me passavam pela cabeça havia anos, coisas que aconteceram mesmo, mas agora parece que fizeram parte de um sonho, que nunca foram reais. Eu era feliz nesse sonho, será que consigo voltar a dormir e sonhar com o mesmo? Quem me dera nunca mais acordar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os meus novos dois bébes...

Ambos fazem parte da série chamada "inapropriado"














Este é uma espécie de auto retrato, é uma das minhas caras.















Este ainda não está terminado, e não sei porquê não o consigo terminar, não sei o que lhe falta. Chama-se "vergonha"

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ai o P.D.I.!

Quem disse que a adolescência era uma fase complicadíssima, devia ser adolescente. Só podia! dizer uma coisa destas é porque não tinha chegado à "Crise dos 30". Esta sim, é uma fase complicada. É que basicamente não sabemos quem somos. Somos velhos demais para ser jovens, e somos novos demais para ser velhos. Temos coisas que não queremos, e queremos coisas que não temos. Queremos ser adultos, mas só fazemos borradas de moço pequeno. Queremos ser jovens, mas só dizemos o quão velhos somos. Parece contraditório mas para quem está a passar por isso, como os dois leitores deste blog, não é.

Mas nem tudo é mau, já que no meio de toda esta incerteza, lá fazemos uma coisita certa. Mas será que isso anula tudo o que de errado foi feito? Não sei!
Se não contar com as parvoíces que fiz antes, cometi umas valentes asneiradas há bem pouco tempo. Parvalhão, condenei-me, mas não não me inibi de as fazer. Coisas que não lembram ao Diabo e um dos principais culpados foi o orgulho. O orgulho de, quando começo algo, é para ir até ao fim ou, não dependendo só de mim, ir até não dar mesmo mais.
Este tipo de orgulho é, sem dúvida, bom para certas coisas, mas para o que fiz, é imperdoável.
Deu-se o horror graças à impulsividade, o drama instalou-se, mas uma maior tragédia foi evitada devido a terceiros e à calma que acabei por encontrar.

Um outro grave problema que se instalou é a carências de vitaminas, sendo que a incapacidade de concentração e as falhas de memória são os sintomas mais visíveis.
Isto porquê? Não sei! Se fosse uma conversa de café, já me tinha perdido no emaranhado de divagações e, para disfarças, teria de começar a falar de futebol ou do tempo. Mas não é uma conversa de café e, sendo assim, posso sempre ver onde andava.
Nesse caso volto já. É só um momentinho...

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Voltei!! Já li o que tenho estado a escrever e já sei onde ando.
Se vocês, os dois leitores deste blog já cá não estão, fodam-se! Se quando voltarem, não gostarem do que escrevo, deixem uma reclamação e vão à merda!

As falhas de memória, a incerteza, a indecisão, o criticismo (sim, nós trintões, somos muito críticos), etc., provocam uma série de trapalhadas desajustadas, incompreensíveis e, quiçá, imperdoáveis. No entanto, sendo o optimista que sou, creio que um dia a verdade virá ao de cima, e aí poderemos compreender o que foi feito.

Ao longo de todas estas linhas divaguei e não fui directo ao assunto, deixando os dois tristes leitores talvez confusos, talvez irritados. Parece-me que sou mesmo assim. Sempre fui. mas a culpa é da carência de vitaminas. Se quiserem acreditar, acreditem. Se não quiserem, mais uma vez, fodam-se! Talvez ir à merda seja mais interessante e educativo.
Para concluir, escusam de ficar descansados porque, para mal dos vossos pecados e para contribuir para a vossa insanidade mental, eu volto!

domingo, 6 de setembro de 2009

Dor

Dói-me tanto, eu só quero que isto passe, ninguém me consegue ajudar, a culpa é toda minha, porque é que ninguém me consegue ajudar, eu só preciso que isto pare, não consigo respirar. Mas será que ninguém me consegue tirar isto do peito? Foda-se, por favor, eu só quero respirar, mais nada, mais nada. É como se estivesse a gritar no meio de uma multidão mas ninguém me consegue ver, porque é que não me vêem? Eu estou aqui? Ninguém me vê, parece que não existo, e mesmo assim dói tanto, é insuportável, salva-me por favor...

Terror

Há coisas que acontecem na nossa vida que nos conseguem assustar de verdade, por outras palavras, conseguem por em perspectiva tudo o que fizemos até aquele momento. E ontem passei por uma dessas situações, uma experiência completamente nova para mim! Eu sempre me achei um "Lobo" entre as "Ovelhas", mas depois de ontem, não sei se serei um lobo disfarçado de ovelha, mas sim uma ovelha disfarçada de lobo.

Ontem senti me mal, quando cheguei a casa estava tudo bem, mas quando me fui deitar foi quando começou a complicação, o meu coração não parava de bater! Antes de chegar a casa tinha bebido o quê? 4 ou 5 cervejas? Mais não foram, mas fumei um charrinho depois, com o pessoal, fumei, dei três bafos foi o que foi, mas o que aconteceu quando cheguei a casa deixou-me desarmado, impotente! O meu coração batia como se não houvesse amanha, e eu não o conseguia parar, sentia-me fraco, a ponto de desmaiar, as coisas desapareciam da minha vista, e o pânico entrou em mim como uma onda, sem pedir licença, entro e pronto. Eu não conseguia respirar, e o meu coração estava cada vez mais acelerado, eu lutava por tudo contra aquilo mas não conseguia, eu estava completamente, definidamente mergulhado naquele pânico, a única coisa que consegui pensar foi que, tinha de ir para o hospital, eu não queria morrer, depressa, preciso ir para o hospital, eu não posso morrer ainda, eu não quero morrer já, ainda não é altura, eu preciso de à ver antes, Carla, eu preciso ver a Carla antes, tenho de chegar ao hospital e eles conseguem manter-me vivo o tempo suficiente para eu conseguir ver a Carla pela ultima vez. Gritei pela minha mãe, o meu pai estava a se levantar, a minha mãe ficou assustada por ver-me assim, eu só conseguia dizer: preciso de ir ao hospital, não me estou a sentir bem, não consigo respirar, o meu coração não para, eu preciso que o meu coração pare. Eu preciso que o meu coração pare! Eu não sei quanto tempo demorou que o meu pai se despachasse, ou quanto tempo demoramos até ao hospital, mas pareceu uma eternidade. Eu só queria chegar acordado, para que me mantivessem acordado o tempo que chegue para que pudesse ver a Carla. Eu via flashes, flashes de cenas com a Carla, coisas que tínhamos feito juntos, momentos felizes os dois, foi isso que me manteve acordado o caminho, eu tinha medo de fechar os olhos, se fechasse os olhos,talvez, talvez já não fosse capaz de os abrir, eu não podia fechar os olhos, ainda não a tinha visto, eu lutava com a vontade de deixar o mundo, a vontade de deixar tudo era tão forte, a luz era toda tão forte, eu queria gritar o nome dela, mas nada me saia da garganta, nem uma sílaba, eu só a queria ver mais uma vez. Eu pensava que estava a morrer, eu acreditava piamente que estava a morrer, e todo o meu corpo lutava contra isso, ou não lutava, não sei, eu só sei que precisava de à ver, mas da minha boca não saiam palavras, o meu peito parecia que ia explodir, o meu coração não parava, eu precisava que ele parasse. Quando chegamos as urgências, senti paz, agora posso descansar, eles não me vão deixar morrer antes de eu a ver, eles não podem, mas sentia as forças saírem do meu corpo, eu já não conseguia fazer nada, mas os flashes continuavam, eu via-nos em Peniche, na praia, no aniversário dela, no meu, e só via braço a minha volta, só branco, ouvi o medico falar comigo – o que sente? – eu disse que o meu coração não parava de bater, ouvi a minha mãe a chorar, acho que disse para ela não se preocupar que eu estava bem, ouvi o medico dizer-lhe que estava tudo bem, que tinha de sair, e ele perguntou o que eu tinha, eu disse que não conseguia respirar, que o meu coração não parava. Eu não me lembro da cara do medico, tinha sotaque espanhol, lembro-me de pouco ou muito tempo, não sei, depois estava deitado numa maca, parecia que estava num episódio do House, eu disse isso a uma enfermeira, - não tem muita piada quando somos nós a fazer parte do episódio pois não? – não tem mesmo, parecia irreal, não era eu que estava ali, eu só queria ver a Carla, -Onde é que ela está? cheguei a perguntar, agora lembro-me que não cheguei a pedir que a chamassem, ainda bem. E o meu coração não parava, não me lembro bem quando foi, mas parece-me que disse a algum medico ou não sei a quem que tinha fumado ganza, e tinha bebido, - misturas, têm de fazer sempre misturas, eu farto-me de os avisar – desta enfermeira eu lembro-me, foi ela que me segurou no saco quando precisei de vomitar.

Passei esta noite no hospital, levei uma injecção de penicilina, penso eu, porque doeu como à porra, e ainda dói, estive a soro. Bem, isto põem as coisas em perspectiva, eu tive um ataque de pânico, é o que eu acho, foi à conclusão que cheguei durante o tempo que estive naquela maca no hospital, e acho, sinceramente, que não deve estar longe da verdade, eu estava com medo, terror, eu sentia o sangue gelado a correr-me nas veias só de pensar que seria a ultima vez que a ia ver. Aquele pânico ainda está comigo, mesmo neste momento que estou a escrever, e em todos os momentos desde que sai do hospital, mas desta vez, eu simplesmente não vou permitir que ele saia, eu não posso deixar que ele sai outra vez.

Nunca antes, em toda a minha vida eu me tinha sentido tão frágil, tão fraco, e contactar que afinal, ao fim de contas, não sou nem metade, não sou o tipo duro que eu julgava ser, é de uma desmoralização brutal. Afinal eu não sou o lobo, sou só mais uma das ovelhas!

Durante tudo isto não deixei de pensar nela por um único segundo, se eu estivesse mesmo para morrer como achava que estava, se eu morresse porque tinha desistido, mas não morri, porque eu não queria desistir sem pelo menos vê-la outra vez.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

E agora? Faço o quê?

Bem, já disse e voltei a repetir tudo o que tinha para dizer, e ainda tenho paletes de coisas para dizer a pessoa que me levou o coração, mas, num breve momento de lucidez, não sei vindo de onde, e vamos ver se dura muito tempo, disse o meu "adeus".
É mais um: "até logo", porque sei que nos vamos encontrar por aí de vês em quando, temos os mesmos amigo. E agora? Faço o quê com este drama todo? Isto ainda não me passou, nem sei quando vai passar, e não sei bem se quero que isto passe!

OK, factos:
  • Ela perdeu todo o respeito por mim.
  • Não confia em mim.
  • Não me ama, nem sabe se realmente me amou. (esta é a que me deixa mais..., como dizer..., fudido)
  • Não há volta a dar.
  • Eu sou um idiota.
A lista de facto podia continuar mas, alguns eu não tenho a certeza, mas de uma coisa eu tenho a certeza, eu mudei, para o quê? Ou no que é que me vou tornar ainda não sei, mas já tenho alguma vontade de descobrir.
Quem me dera voltar a me cruzar com ela no futuro. Tenho a cabeça cheia desta esperanças parvas, mas também não consigo fazer nada para o evitar! E chorar, foda-se, se eu conseguisse sair do meu próprio corpo para me poder esbofetear..., enfim, deixo-me dormir a chorar como uma menina, e acordo a chorar como tal, quão patético é isto?
Deixando tudo para trás, ela foi a pessoa mais importante na minha vida durante quase dois anos, e eu acreditava que seria a pessoa mais importante na minha vida por muitos mais, o pior é que o meu coração não quer deixar isso para trás, os sonhos, os bons e os maus momentos.
Como é que se deixa isso tudo no passado? Afinal não é o passado que nos define como pessoas?

Vamos lá ver em que tipo de pessoa me vou tornar agora.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Inapropriado

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Muito à frente

Diferenças! Chamam-se diferenças, aquelas coisas que distinguem os homens das mulheres. E uma dessas diferenças são os atrasos.

As mulheres atrasam-se, os homens não! Eu sei que parece machista e tal, mas deixem que me justifique...

(ler post completo em: Devaneios)

Fases... da vida!

Todos nós passamos por todas as fases pelas quais se tem de passar:

- A fase da choradeira e fralda cagada;
- A fase da choradeira, fralda cagada e chupeta;
- A fase dos primeiros passos;
- A fase das primeiras palavras;
- A fase dos porradões contra paredes, muros e outros objectos estranhamente sólidos e resistentes a cabeçadas;
- A fase de zangas com amigos;
- A fase dos primeiros amores, embora que apenas platónicos;
- A fase da descoberta do significado da palavra “platónico”;
- A fase da primeira namorada;
- A fase do primeiro “coice” amoroso;
- A fase da segunda namorada;
- A fase do segundo “coice” amoroso;
- A fase das “cadelas” com os amigos;
- A fase da percepção que “cadela” significava beber demais, mas porra!... Não precisava ter sido tanto!!;
- A fase da primeira “alma gémea”;
- A fase da cadelas com os amigos e a primeira “alma gémea”;
- A fase da descoberta que uma grande “cadela” com a nossa primeira “alma gémea” só resuulta em uma de duas coisas: - ou ficamos 12 horas incapacitados de ter um orgasmo e, nas primeiras 5 horas isso até a deixa extremamente feliz; ou então, acontece o primeiro ataque de ciúmes, e isso é mau;
- A fase do primeiro grande desgosto por afinal não se ter descoberto quem nos completa a todos os sentidos;
- A fase da descoberta da segunda “alma gémea”;
- A fase do segundo grande desgosto por afinal não se ter descoberto quem nos completa a todos os sentidos;
- A fase em que nos apercebemos que afinal o melhor que temos são mesmo os amigos de quem nos afastámos para nos dedicarmos a 100% àquela com quem íamos passar o resto da vida*;

* a partir daqui não sei. E nem vale a pena perguntar, porque vamos todos ter que passar por lá na mesma.

Coisas difíceis de dizer!

Não há coisas difíceis de dizer, há é coisas que não queremos dizer! Hoje disseram-me isto: "A nossa opinião podemos mostra-la a toda a gente, mas os nossos sentimentos, é melhor guarda-los para quem achamos que os merece"

Não foi exactamente assim que foi dito mas está parecido, e qual é a pertinência deste comentário?
Ora bem, eu comecei a escrever neste blog, sobre o que me vai dentro, e o que me vai dentro neste momento é tão estranho, tão bizarro, trágico horroroso e dramático, que eu próprio nem o consigo explicar!

Nem sei onde começo e onde termino, deixei de saber quando a pessoa que ponha limites no meu "ser" deixou de se interessar por mim, mas o que me deixa mais parvo, é que, o culpado disso sou eu! E não bastasse, consegui destruir toda e qualquer réstia de uma possível segunda oportunidade.
E que tipo de marreta usei eu? O meu desespero, a minha paranóia, todo o meu drama a minha tragédia, o meu horror! Eu em vês de dar espaço, tempo ao tempo, sai numa demanda pelo santo graal, por outras palavras, eu próprio. Se eu não sabia quem era então como é que alguém poderia estar comigo? E fui-me embora! E, agora, tarde, apercebi-me do seguinte: se tivesse ficado quietinho, no meu canto, calmo, e paciente, que talvez tivesse tido uma segunda oportunidade. E estupidez das estupidezes, (outra epifania) estar com ela é, era, mais importante do que descobrir quem realmente sou, porque era ela que fazia de mim alguém.

O horror que é descobrir que foi o drama que fiz que tornou a minha vida numa tragédia...