sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

despertar

...abro os olhos, e volto a fecha-los outra vez.

Não sei que horas são, e também não é nisso que estou a pensar.

Fecho os olhos e fico ali, por momentos, enquanto a realidade cai sobre mim, lentamente, como chuva.

Viro-me para o outro lado da cama, abro os olhos, e fico, assim, só, a olhar.

...já houve uma altura, em tempos, que aquele lado da minha cama tinha alguém, lá, a dormir enquanto eu a observava, acho eu, se não foi tudo só um sonho.

Volto a fechar os olhos, viro-me para cima e respiro, lentamente, muito lentamente.

...abro os olhos, e vejo o tecto do meu quarto, branco, vazio, sem nada, e fico assim por algum tempo, só e simplesmente a olhar o tecto branco e vazio do meu quarto.

Não sei quanto tempo vai demorar, ou se alguma vez será de forma diferente, mas tenho de por os pés de volta na terra, não é justo nem para mim nem para nenhuma das pessoas que estão comigo.
Ela já seguiu com outra vida, está feliz e a viver um sonho, e eu tenho de acordar deste pesadelo, desta demência!
Fiquei mal habituado foi o que foi, eu sempre soube que o meu caminho era para ser feito sozinho, e, por alguma razão, por alguma coisa, sei lá, fui acreditando que era aquilo a minha vida, mas bem lá no fundo eu sempre soube que seria assim que tudo ia terminar, era tudo bom de mais!
Acho que é altura de acordar, ninguém merece ser chorado por tanto tempo, muito menos ela.
Seja como for, foi pelo melhor, eu aprendi umas coisas novas sobre mim, talvez ela tenha aprendido também qualquer coisa, ou quem sabe, ficamos tão burros como quando tudo começou, mesmo assim, a mim tanto me faz, porque neste momento eu só quero mesmo é acordar amanhã, abrir os olhos, olhar para direita, olhar para a esquerda, e olhar para o meu tecto branco e vazio.

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